2 de agosto de 2025
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Cientistas do governo e das Forças Armadas da China publicaram dezenas de estudos nos quais exploraram maneiras de rastrear e destruir os satélites da Starlink, empresa de Elon Musk. É o que revelou a Associated Press nesta semana.

Entre as estratégias consideradas pelos cientistas, estão: submarinos furtivos equipados com lasers antissatélites, sabotagem da cadeia de suprimentos e satélites de ataque personalizados com propulsores iônicos.

“À medida que os Estados Unidos integram a tecnologia Starlink aos ativos espaciais militares para obter vantagem estratégica sobre seus adversários, outros países passam a ver o Starlink como uma ameaça à segurança nos domínios nuclear, espacial e cibernético”, escreveram professores da Universidade Nacional de Tecnologia de Defesa da China num artigo publicado em 2023.

Representação artística da megaconstelação de satélites Starlink, da SpaceX, na órbita da Terra (Imagem: xnk/Shutterstock)

Analistas dos EUA consideram que essas preocupações podem ser exageradas. Mas isso não tem reduzido a atenção da China para o tema. O título de um artigo chinês sintetiza bem o clima de alerta: “Cuidado com a Starlink”.

Cientistas do país vêm estudando detalhadamente o funcionamento da constelação de satélites de Musk. Eles avaliam suas capacidades e vulnerabilidades. E analisam o que a China pode replicar em seu próprio sistema de satélites em desenvolvimento (mais sobre isso no final desta matéria).

Apesar da Starlink não operar oficialmente na China, seus satélites ainda sobrevoam o território chinês. Simulações feitas por pesquisadores da Universidade de Defesa Nacional da China indicaram que a rede pode garantir cobertura contínua sobre áreas estratégicas como Pequim e Taiwan.

Celular com logotipo da Starlink na tela
Cadeia de suprimentos da Starlink tem pouca supervisão de segurança cibernética, diz estudo chinês (Imagem: Ssi77/Shutterstock)

No entanto, um estudo da equipe de resposta a emergências cibernéticas da China revelou fragilidades na cadeia de suprimentos da Starlink. A pesquisa aponta que a empresa depende de mais de 140 fornecedores diretos e muitos outros indiretos, com pouca supervisão de segurança cibernética.

Engenheiros militares chineses propuseram medidas ofensivas para enfrentar a Starlink. Uma delas é lançar satélites que acompanhem os de Musk, captem sinais e utilizem materiais corrosivos ou propulsores iônicos para danificar seus componentes.

Além das soluções técnicas, acadêmicos chineses sugerem ações diplomáticas e regulatórias contra Musk. Eles também propõem o uso de telescópios comerciais para monitoramento, criação de deepfakes para enganar o sistema e uso de lasers para destruir satélites.

A China declarou abertamente seu objetivo de criar uma versão própria da Starlink, com foco tanto na segurança nacional quanto na concorrência em mercados internacionais. Para isso, o governo tem investido em iniciativas espaciais.

Presidente da China, Xi Jinping, discursando com microfones
Governo da China tem investido em iniciativas espaciais para ter a própria Starlink (Imagem: Kaliva/Shutterstock)

Em 2021, foi criada a estatal China SatNet, responsável pela megaconstelação Guowang, com capacidades militares. Até o momento, 60 dos 13 mil satélites planejados foram lançados.

Outro nome que merece menção é a Qianfan. A empresa, apoiada pelo governo de Xangai, lançou 90 satélites de um total de 15 mil previstos.

A companhia firmou um acordo com o Brasil e busca expandir sua atuação em países da Ásia Central, Oriente Médio e África.

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Aliados preocupados

As preocupações com o domínio do Starlink não se limitam à China. Aliados dos EUA também expressam receio em depender de uma infraestrutura crucial controlada por Musk, cuja postura política e alinhamentos são considerados instáveis.

A SpaceX, também do bilionário, está profundamente integrada aos interesses estratégicos dos EUA, com contratos bilionários em áreas civis e militares. Seu pioneirismo no setor deu à empresa uma posição quase monopolista. Isso gera preocupações sobre impactos comerciais e geopolíticos.

O post Starlink na mira: o plano da China para destruir satélites de Musk apareceu primeiro em Olhar Digital.

Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/08/02/ciencia-e-espaco/starlink-na-mira-o-plano-da-china-para-destruir-satelites-de-musk/