A gente aprende desde pequeno os números de emergência aqui no Brasil. O 190 serve para ocorrências policiais. Já o 192 chama o SAMU – o Serviço Médico Móvel de Urgência. Tem ainda o 193, do Corpo de Bombeiros.
Nos Estados Unidos é parecido, mas eles aglutinaram os 3 em uma só central. O famoso 911 serve para assaltos e também incêndios. De desmaios a brigas de rua. De acidentes de carro a desabamentos de prédios.
O primeiro país a criar um sistema telefônico de emergência foi o Reino Unido, em 1937. O Brasil adotou o método em 1980 apenas, e o pioneirismo partiu da Polícia Militar de São Paulo. Já se passou quase um século da primeira experiência e mais de 40 anos da estreia aqui no Brasil, e sabe o que ainda não mudou? A maioria das centrais ainda opera por telefone apenas.
Isso num contexto em que a esmagadora maioria da população já possui celulares. De acordo com uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas, o país tinha mais de 450 milhões de smartphones ativos no ano passado. Isso dá mais do que o dobro da nossa população total!
Essa é a realidade em outros países também, inclusive nos EUA. Diante desses dados, uma startup americana apresenta uma alternativa que promete revolucionar os serviços de emergência.
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Um 911 moderno
- A Prepared quer usar as ferramentas do smartphone em favor dos atendimentos.
- Mais do que ligações, os celulares modernos podem fazer vídeos e exibir a geolocalização.
- Isso ajudaria demais os atendentes.
- Hoje, a pessoa que está pedindo ajuda precisa falar o endereço de onde está.
- Ou precisa descrever o que está acontecendo.
- E isso é algo extremamente difícil dependendo da situação.
- Num incêndio, por exemplo, a cor da chama pode revelar que a origem do fogo vem de produtos químicos – e isso um leigo não vai saber.
- O vídeo resolveria essa questão.
- Os especialistas destacam ainda que cada segundo importa nesse tipo de atendimento.
- A ideia da Prepared é que o atendente envie um link para o celular da pessoa que fizer a ligação.
- Esse link vai gerar uma chamada de vídeo – ou ainda será possível mandar vídeos, fotos ou texto.
- Para donos de iPhone com iOS18, haverá a opção de fazer uma ligação SOS de forma direta.
- Vale destacar que a Prepared já tem acordos com quase mil agências de segurança pública em 49 estados americanos.
- A maioria das centrais 911, porém, ainda não oferecem esse suporte tecnológico.
Como tudo começou
A história da Prepared é muito interessante. A empresa nasceu em 2019 pelas mãos de 3 ex-alunos da conceituada Universidade de Yale. Não, eles não se formaram lá. Abandonaram os cursos que faziam no primeiro ano e se mudaram para Nova York para abrir a startup.
Michael Chime, Dylan Gleicher e Neal Soni queriam melhorar a segurança pública depois de crescerem em áreas afetadas por tiroteios em escolas.
- Chime morava perto da Chardon High School em Chardon, Ohio, onde um ex-aluno atirou em seis alunos, matando três, em 2012.
- Gleicher e Soni cresceram a menos de 15 minutos da Sandy Hook Elementary em Sandy Hook, Connecticut, onde 20 alunos da primeira série e seis funcionários da escola foram mortos a tiros naquele mesmo ano.
Inicialmente, a plataforma servia apenas para avisar as autoridades sobre esses casos de tiroteio em escolas. Eles, no entanto, perceberam essa lacuna de mercado – e adaptaram o projeto para todo o serviço de emergência 911.
Hoje, acabaram de passar por uma rodada Série B de investimentos e conseguiram captar US$ 27 milhões. A ideia é aprimorar e ampliar ainda mais esse promissor serviço.
Uma das ideias é incorporar a Inteligência Artificial. A IA faria relatórios de todas as ligações/chamadas de vídeo, facilitando o trabalho das autoridades.
Uma iniciativa que vale a pena ficar de olho.
As informações são do Tech Crunch.
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Fonte: https://olhardigital.com.br/2024/09/27/pro/startup-quer-revolucionar-as-chamadas-de-emergencia-nos-eua/