26 de novembro de 2024
Tempestade solar extrema explode em região que volta a apontar
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Recentemente, o Olhar Digital noticiou que uma forte tempestade solar produzida pela região ativa AR3664 explodiu na direção de Vênus, ameaçando arrancar parte da atmosfera do planeta.

Até então, havia suspeitas de que a explosão pudesse ter sido disparada da antiga mancha solar AR3663, agora denominada AR3691. E ainda não havia também certeza sobre a intensidade do evento.

No domingo (27), em postagem no X (antigo Twitter), a Agência Espacial Europeia (ESA), responsável pela sonda Solar Orbiter, que capturou a erupção, confirmou que foi uma explosão extrema de classe X12 – o que já havia sido pronunciado pelo astrofísico do Observatório Solar Nacional dos EUA, Ryan French.

Mas, o que é uma erupção solar X12?

Primeiro, vamos entender o que é uma erupção solar:

  • O Sol tem um ciclo de 11 anos de atividade;
  • Ele está atualmente no que os astrônomos chamam de Ciclo Solar 25;
  • Esse número se refere aos ciclos que foram acompanhados de perto pelos cientistas;
  • No auge dos ciclos solares, o astro tem uma série de manchas em sua superfície, que representam concentrações de energia;
  • À medida que as linhas magnéticas se emaranham nas manchas solares, elas podem “estalar” e gerar rajadas de vento;
  • De acordo com a NASA, essas rajadas são explosões massivas do Sol que disparam partículas carregadas de radiação para fora da estrela em jatos de plasma (também chamados de “ejeção de massa coronal” – CME).

As explosões são classificadas em um sistema de letras pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA) – A, B, C, M e X – com base na intensidade dos raios-X que elas liberam, com cada nível tendo 10 vezes a intensidade do anterior.

A classe X, no caso, denota os clarões de forte intensidade, enquanto o número fornece mais informações sobre sua força. Um X2 é duas vezes mais intenso que um X1, um X3 é três vezes mais intenso, e, assim, sucessivamente. Logo, uma explosão X12 é muito… MUITO forte.

O ponto brilhando à direita da explosão solar é Vênus. Crédito: SDO/SOHO

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Por que não havia certeza sobre a magnitude do evento

Essa poderosa explosão da agora chamada AR13664 ejetou uma imensa nuvem de plasma da coroa solar, com força suficiente para atingir nossos satélites de comunicação em órbita – salvos porque a mancha não estava dirigida à Terra. 

Vênus, no entanto, não teve a mesma sorte, nem a espaçonave BepiColombo (uma missão conjunta das agências espaciais europeia e japonesa para explorar Mercúrio). Provavelmente, ambos foram atingidos em cheio por uma grande CME. 

A dificuldade em calcular a magnitude de um evento ocorrido do outro lado do Sol é que não existem sondas espaciais capazes de capturar boas imagens de lá, da mesma forma que o Observatório de Dinâmicas Solares (SDO), da NASA, é capaz de fazer do lado de cá.

Há, no entanto, instrumentos como o Telescópio Espectrómetro para Captação de Imagens de Raios X (STIX), da sonda Solar Orbiter, que fizeram leituras interessantes.

Mesmo com os dados do STIX, qualquer tentativa de localizar a explosão e medir a magnitude dos eventos (explosão e CME) é como tentar encontrar uma agulha em um palheiro com os olhos vendados. 

Alguns pesquisadores dedicados a estudar as peripécias solares chegaram a mencionar que a erupção poderia ter alcançado a impressionante marca de X12, conforme a ESA acaba de confirmar.

Os modelos numéricos mostram que a CME saiu em disparada em direção a Vênus, alcançando uma velocidade alucinante de até 2.678 km/h, o que a torna uma verdadeira raridade no hall das tempestades solares. 

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Fonte: https://olhardigital.com.br/2024/05/28/ciencia-e-espaco/tempestade-solar-superextrema-explode-em-mancha-no-sol/