
Pesquisadores da Universidade da Califórnia em Riverside descobriram algo surpreendente nas Ilhas Galápagos: certos tomateiros parecem ter “regredido” na evolução, produzindo compostos tóxicos idênticos aos de plantas ancestrais que viveram há milhões de anos.
Ao investigar a produção de alcaloides — substâncias amargas que protegem as plantas contra predadores, mas que em excesso podem ser tóxicas — os cientistas identificaram que plantas nas ilhas mais jovens do oeste estavam sintetizando uma mistura antiga desses compostos.
Já nas ilhas mais antigas do leste, os tomates apresentavam perfis químicos modernos.
Detalhes do estudo
- A mudança foi rastreada até quatro aminoácidos em uma enzima específica, provavelmente resultado das condições ambientais mais adversas das ilhas ocidentais.
- Ao replicar essas alterações em plantas de tabaco, os pesquisadores observaram o mesmo retorno aos alcaloides antigos.
- Modelagens genéticas confirmaram que o perfil químico das plantas atuais do oeste é idêntico ao das antigas.
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Evolução tem mistérios que ainda precisamos compreender
Os achados desafiam a ideia de que a evolução é sempre um processo irreversível e linear. Segundo o bioquímico Adam Jozwiak, a pesquisa sugere que o retorno a estados ancestrais pode acontecer de forma precisa e pelo mesmo caminho genético original.
A descoberta, publicada na Nature Communications, pode ter implicações para a engenharia genética, abrindo possibilidades para o desenvolvimento de novos medicamentos, plantas menos tóxicas e mais resistentes a pragas.

O post Tomates das Ilhas Galápagos “voltaram no tempo”? Entenda apareceu primeiro em Olhar Digital.
Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/06/30/ciencia-e-espaco/tomates-das-ilhas-galapagos-voltaram-no-tempo-entenda/