Se você já se sentiu cansado após uma longa jornada de trabalho, saiba que há muitas razões para isso acontecer e, naturalmente, seu corpo e a sua mente sofrerão as consequências disso. Logo, trabalhar em excesso, um pouco mais que 40 horas semanais, pode, sim, fazer mal.
“Há dados suficientes para mostrar que o trabalho excessivo é a primeira doença ocupacional do mundo”, essa é uma afirmação do pesquisador do Hospital e da Universidade de Angers-Inserm, Alexis Descatha, à Nathional Geographic. Saiba mais sobre esses dados e entenda por que o trabalhar horas a fio pode trazer efeitos ruins sobre sua saúde.
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O que trabalhar em excesso faz com nosso corpo?
De acordo com pesquisadores, trabalhar em excesso faz mal ao nosso corpo, de duas maneiras. A primeira é por meio das respostas fisiológicas diretas ao estresse. Afinal, esse estado altera os níveis de cortisol, afetando também o nível de açúcar no sangue e, por fim, altera todo o sistema imunológico das pessoas.
Sobretudo, o acúmulo de estresse pode trazer consequências ainda mais graves, como: alteração da pressão arterial, mais episódios de dores de cabeça, alto nível de ansiedade, transtornos mentais, problemas digestivos, doenças cardíacas, derrame, entre outros.
A segunda, é que com longas horas trabalhadas o indivíduo se torna mais propenso a adotar hábitos prejudiciais à saúde. Tais hábitos podem ser: má alimentação, poucas horas de sono, quase nenhum tempo para se exercitar. Além disso, algumas pessoas podem desenvolver o costume de beber álcool, bem como o uso de tabaco.
OMS alerta sobre trabalhar em excesso
De acordo com um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização Internacional do Trabalho (OIT), publicado na revista Environment International, trabalhar em excesso aumenta o risco de morte!
Segundo a pesquisa, trabalhar 55 ou mais horas por semana eleva em 35% as chances de derrame e em 17% as de morrer de doença do coração. A partir daí, os números só pioram, pois o relatório informa que o trabalho em excesso foi responsável por 745 mil mortes por derrame cerebral e doenças cardíacas em 2016, o que equivale a um aumento de 29% desde 2000.
Desses dados, as pessoas que vivem no Sudeste Asiático e na região do Pacífico Ocidental são as mais afetadas. O Brasil aparece no relatório apenas com 4% da população exposta a longas jornadas de trabalho. No entanto, esse número pode ter aumentado após a pandemia.
Trabalho 40 horas semanais, corro algum risco?
De acordo com uma pesquisadora da Escola de Saúde Pública da Universidade de Indiana, Grace Sembajwe, até mesmo as 40 horas semanais não são tão boas do ponto de vista da saúde. Afinal, os mesmos efeitos observados em trabalhadores de 55 horas semanais são também presentes ao longo da vida do indivíduo que exerce seu trabalho em apenas 40 horas semanais, embora com menor intensidade.
Então, não se engane! Trabalhar 40 horas por semana, não te deixa completamente isento das mesmas consequências de quem trabalha 55. Sobretudo, os resultados das pesquisas só reforçam que o ideal seria reduzir as semanas de trabalho para agregar maior ou alguma qualidade de vida às pessoas.
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Fonte: https://olhardigital.com.br/2024/10/16/medicina-e-saude/trabalhar-em-excesso-faz-mal-entenda-o-que-diz-a-ciencia/