As bactérias que desenvolvem resistência aos antibióticos podem estar com os dias contados. Um novo estudo do Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica da USP de São Carlos comprovou que uma terapia de luz, chamada de inativação fotodinâmica (PDI – na sigla em inglês para photodynamic inactivation), tem potencial para enfraquecer os microrganismos e facilitar o combate com os medicamentos tradicionais.
Terapia à base de luz enfraquece bactérias
- A inativação fotodinâmica é uma técnica que utiliza luz em conjunto com uma substância fotossensibilizadora para oxidar e destruir ou enfraquecer a resistência antibiótica de microrganismos.
- Em novos experimentos, o fotossensibilizador curcumina foi aplicado junto com os antibióticos amoxicilina, eritromicina e gentamicina.
- A vítima foi a bactéria Staphylococcus aureus, que causa desde infecções cutâneas até pneumonia.
- Após cinco sessões de inativação fotodinâmica, a bactéria se tornou mais sensível aos antibióticos, principalmente à gentamicina.
- Os resultados são promissores e indicam que o tratamento de luz com foco no choque oxidativo pode ser a fraqueza ou a “kriptonita” das bactérias resistentes.
Leia mais:
- Harvard: novo antibiótico pode vencer as superbactérias
- Método criado pela USP pode facilitar o desenvolvimento de antibióticos
- OMS alerta sobre uso inadequado de antibióticos e risco de mortes
Ameaça bacteriana é global
A resistência antimicrobiana é uma das maiores ameaças à saúde pública no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Uma lista com as bactérias mais perigosas, atualizada recentemente pela agência, já inclui 15 famílias resistentes a antibióticos categorizadas por priorização média, alta e crítica.
Cerca de 1,2 milhão de mortes anuais são atribuídas diretamente a bactérias resistentes, e quase 5 milhões de falecimentos são relacionados indiretamente a esse problema. Segundo a OMS, o custo global disso pode alcançar US$ 100 trilhões até 2050.
O novo estudo demonstra a eficácia de uma técnica que pode ajudar a lidar com o problema, aumentando as chances de um microrganismo resistente ser destruído. Detalhes dos resultados foram publicados na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS). O projeto também teve apoio da Agência FAPESP.
O post Tratamento com luz pode ser a “kriptonita” das bactérias resistentes apareceu primeiro em Olhar Digital.
Fonte: https://olhardigital.com.br/2024/05/30/medicina-e-saude/tratamento-com-luz-pode-ser-a-kriptonita-das-bacterias-resistentes/