22 de setembro de 2025
Trump relaciona casos de autismo com uso de paracetamol
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O presidente Donald Trump e o secretário de Saúde, Robert F. Kennedy Jr., divulgaram nesta segunda-feira (22) um relatório sobre as possíveis causas do aumento de diagnósticos de autismo nos EUA – uma preocupação de longa data para ambos.

Embora a ciência já tenha descartado qualquer ligação entre vacinas e autismo, uma teoria defendida por Trump e Kennedy no passado, o novo relatório sugere outro possível fator de risco: o uso do paracetamol, o ingrediente ativo do Tylenol, durante a gravidez.

Sem comprovação científica, Trump mira no paracetamol para explicar casos de autismo nos EUA – Imagem: Joshua Sukoff/Shutterstock

O que a ciência sabe sobre o autismo

  • O transtorno do espectro autista (TEA) envolve dificuldades de comunicação, comportamento repetitivo e variação significativa de gravidade.
  • Pesquisadores apontam que a condição resulta de uma combinação complexa de fatores genéticos e ambientais.
  • Estudos analisam ainda poluição do ar, infecções na gravidez, parto prematuro e idade avançada dos pais como potenciais influências.
  • A prevalência aumentou de 1 em 150 crianças no ano 2000 para 1 em 31 atualmente, em parte devido a mudanças nos critérios diagnósticos, maior conscientização e triagem precoce.
  • A inclusão de condições como a síndrome de Asperger no espectro também contribuiu para o crescimento dos números.
Mulher grávida com as mãos em sua barriga
Documento sugere que uso de Tylenol na gravidez pode ser fator de risco, mas especialistas dizem que evidências continuam inconclusivas (Reprodução: mojo cp/Shutterstock)

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Paracetamol e outras hipóteses

Pesquisas investigando o uso de paracetamol durante a gestação mostram resultados mistos. Uma revisão de 46 estudos indicou associação com autismo e TDAH, mas não estabeleceu relação causal.

Um estudo sueco com 2,5 milhões de crianças concluiu que a ligação desaparece ao comparar irmãos da mesma mãe. Especialistas reforçam que o Tylenol deve ser usado com cautela, na menor dose possível – o que já é prática padrão.

A hipótese de que vacinas causam autismo foi desmentida por dezenas de estudos de larga escala. O estudo original de Andrew Wakefield de 1998 foi retratado, e o autor perdeu sua licença médica.

Novo relatório do governo dos EUA aponta paracetamol como possível causa do autismo – Imagem: Aleksandra Gigowska – Shutterstock

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Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/09/22/medicina-e-saude/trump-relaciona-casos-de-autismo-com-uso-de-paracetamol/