23 de novembro de 2024
Urano ajuda cientistas a estudar exoplanetas; entenda como
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Estudar exoplanetas é um desafio constante para os astrônomos, mesmo com os avanços tecnológicos e novos métodos de observação. O principal obstáculo está na dificuldade em distinguir esses mundos, que muitas vezes aparecem apenas como pequenos pontos de luz próximos a estrelas brilhantes. Para aprimorar suas técnicas, uma equipe de pesquisadores decidiu usar Urano como referência.

Eles utilizaram dois observatórios espaciais. Um foi o Telescópio Espacial Hubble, na órbita da Terra, que oferece imagens detalhadas de Urano, mesmo a 2,7 bilhões de quilômetros de distância. O outro é a espaçonave New Horizons, que já passou por Plutão e pelo objeto Arrokoth. Em setembro de 2023, a sonda estava a mais de 10 bilhões de quilômetros de Urano, e os cientistas aproveitaram essa posição para observar o planeta de um ângulo inédito.

Enquanto o Hubble consegue registrar tempestades e anéis no planeta, a nave New Horizons, que não foi projetada para esse tipo de estudo, viu apenas um ponto azul pálido, similar à forma como exoplanetas são detectados por telescópios distantes. 

Urano visto pelo Hubble (à esquerda) e pela sonda New Horizons (à direita). Créditos: NASA, ESA, STScI, Samantha Hasler (MIT), Amy Simon (NASA-GSFC), Equipe de Temas de Ciência Planetária da New Horizons Processamento de Imagens Joseph DePasquale (STScI), Joseph Olmsted (STScI)

A comparação entre os dados dos dois observatórios permitiu que a equipe entendesse melhor como informações limitadas, como a luz de um pequeno ponto, podem revelar características globais de um mundo desconhecido.

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NASA vai lançar novas missões para investigar exoplanetas

Em um comunicado, Samantha Hasler, cientista do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e membro da equipe da New Horizons, diz que a observação de Urano mostrou que o planeta era mais escuro do que o previsto. Além disso, segundo ela, o brilho não mudou conforme o planeta girava, em ambos os observatórios.

Isso indica que, embora nuvens possam estar presentes em planetas gasosos, nem sempre afetam as observações. A fase em que um exoplaneta está e a quantidade de luz refletida também influenciam sua visibilidade, sugerindo que exoplanetas podem parecer mais escuros em certos momentos.

Representação artística da sonda New Horizons, da NASA. Crédito: NASA, APL, SwRI, Serge Brunier (ESO), Marc Carteiro (STScI) e Dan Durda

Alan Stern, investigador principal da New Horizons, destacou que essas observações inéditas de Urano aumentam o conhecimento sobre os planetas do Sistema Solar e podem contribuir para o estudo de exoplanetas. “Esses estudos históricos da New Horizons de Urano de um ponto de vista não observável por qualquer outro meio aumentam o tesouro de novos conhecimentos científicos da missão e, como muitos outros conjuntos de dados obtidos, produziram novos insights surpreendentes sobre os mundos do nosso Sistema Solar”.

A NASA planeja lançar novas missões para estudar exoplanetas, como o Telescópio Espacial Nancy Grace Roman, em 2027, e o futuro Observatório de Mundos Habitáveis. Com base em estudos de planetas conhecidos como Urano, os cientistas esperam obter expectativas mais precisas para essas futuras investigações.

Esse estudo foi apresentado na 56ª reunião da Divisão de Ciências Planetárias da Sociedade Astronômica Americana, em Boise, Idaho.

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Fonte: https://olhardigital.com.br/2024/10/10/ciencia-e-espaco/urano-ajuda-cientistas-a-estudar-exoplanetas-entenda-como/