Como o algoritmo da busca do Google funciona? Essa é a pergunta de um milhão de dólares. E a big tech guarda a resposta a sete chaves. Ou, pelo menos, guardava. Isso porque vazaram, nesta semana, milhares de páginas de documentos internos com bastidores de como a Busca do Google funciona.
Documentos vazados questionam transparência do Google sobre a Busca
- Milhares de páginas de documentos internos do Google vazaram, revelando bastidores do funcionamento do algoritmo de busca da empresa;
- Os documentos descrevem a API de busca do Google e detalham dados coletados e utilizados pela empresa. Especialistas argumentam que algumas informações dos documentos conflitam com declarações públicas do Google;
- Os vazamentos abordam tópicos como o tipo de dados que o Google coleta, o tratamento dado a sites pequenos e a priorização de certos sites em tópicos sensíveis. Há menções específicas ao uso de dados do Google Chrome na classificação de páginas, o que contradiz declarações anteriores da empresa;
- O conceito de E-E-A-T (experiência, especialização, autoridade e confiabilidade), utilizado para avaliar a qualidade dos resultados, é mencionado de forma ambígua nos documentos. Embora não haja confirmação de que as assinaturas de autoria sejam uma métrica explícita de classificação, os documentos indicam que o Google coleta dados sobre autores, sugerindo uma possível importância indireta.
Os tais documentos sugerem que o Google não tem sido totalmente honesto sobre seu algoritmo de busca nos últimos anos. E, até a publicação desta nota, a big tech não tinha comentado sobre a legitimidade dos documentos.
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Vazamento questiona ‘versão oficial’ sobre como o algoritmo do Google funciona
Rand Fishkin, que trabalhou em otimização de mecanismos de busca (SEO) por mais de uma década, diz que uma fonte compartilhou 2,5 mil páginas de documentos com ele na esperança de que a reportagem sobre o vazamento contrariasse as “mentiras” que os funcionários do Google compartilharam sobre como o algoritmo de busca funciona.
Os documentos descrevem a API de busca do Google e detalham quais informações estão disponíveis para os funcionários, de acordo com Fishkin.
O conteúdo do vazamento não é necessariamente uma prova de que o Google usa os dados e sinais específicos para a classificação de buscas. Em vez disso, o vazamento descreve quais dados o Google coleta de páginas da web, sites e pesquisadores e oferece dicas indiretas para especialistas em SEO sobre o que parece importar para o Google, como escreveu o especialista em SEO Mike King em artigo sobre os documentos vazados.
Os documentos vazados abordam tópicos como o tipo de dados que o Google coleta e usa, quais sites o Google eleva para tópicos sensíveis como eleições e como o Google lida com sites pequenos.
Algumas informações nos documentos parecem conflitar com declarações públicas de representantes do Google, segundo Fishkin e King.
“‘Mentir’ é uma palavra dura, mas é a única palavra precisa a ser usada aqui”, escreve King. “Embora eu não necessariamente culpe os representantes públicos do Google por protegerem suas informações, eu critico seus esforços para desacreditar ativamente pessoas no mundo do marketing, tecnologia e jornalismo que apresentaram descobertas reproduzíveis.”
Documentos mostram (alguns) segredos da classificação dos resultados na Busca do Google
Alguns detalhes nos documentos vazados põem em dúvida a precisão das declarações públicas do Google sobre como a Busca funciona.
Um exemplo citado por Fishkin e King é se os dados do Google Chrome são usados na classificação. Os representantes do Google disseram diversas vezes que não usam dados do Chrome para classificar páginas, mas o Chrome é mencionado especificamente em seções sobre como os sites aparecem na Busca.
Outra questão levantada é qual papel, se houver, o E-E-A-T desempenha na classificação. E-E-A-T significa experiência, especialização, autoridade e confiabilidade, métrica do Google usada para avaliar a qualidade dos resultados.
Os representantes do Google disseram anteriormente que o E-E-A-T não é um fator de classificação. Fishkin observa que não encontrou muito nos documentos mencionando o E-E-A-T pelo nome.
King, no entanto, detalhou como o Google parece coletar dados de autores de uma página e tem um campo para saber se uma entidade na página é o autor. Uma parte dos documentos compartilhados por King diz que o campo foi “principalmente desenvolvido e ajustado para reportagens… mas também é preenchido para outros conteúdos (por exemplo, artigos científicos).”
Embora isso não confirme que as assinaturas de autoria sejam uma métrica explícita de classificação, mostra que o Google pelo menos acompanha esse atributo. Os representantes do Google insistiram anteriormente que as assinaturas de autoria são algo que os proprietários de sites devem fazer para os leitores, não para o Google, porque isso não impacta as classificações.
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Fonte: https://olhardigital.com.br/2024/05/29/pro/vazamento-revela-segredos-do-algoritmo-de-busca-do-google/