Na última segunda-feira (25), conforme noticiado pelo Olhar Digital, a Terra deu adeus a uma ‘minilua’ que a fez companhia ao longo de 53 dias. Ou melhor, foi apenas um “até breve” – já que o pequeno asteroide 2024 PT5 volta a se aproximar no ano que vem.
Liderada pelos irmãos Carlos de la Fuente Marcos e Raúl de la Fuente Marcos, pesquisadores da Universidad Complutense de Madrid, na Espanha, e equipe que descobriu a rocha espacial e seu status de ‘minilua’ monitorou o objeto diariamente, durante os quase dois meses de atração gravitacional com a Terra.
No dia da despedida, Miquel Serra-Ricart, astrônomo do Instituto de Astrofísica de Canárias (IAC) e membro do time, capturou a imagem abaixo – último registro do asteroide como ‘minilua’ da Terra. Ele utilizou o Telescópio Duplo de Dois Metros (TTT), operado pelo IAC em Santa Cruz, Tenerife.
Vamos relembrar essa história:
- A Terra ganhou uma ‘minilua’ entre 29 de setembro e 25 de novembro;
- Trata-se do asteroide 2024 PT 5, que ficou preso pela força gravitacional do planeta durante esse período;
- Isso é algo comum de acontecer;
- Algumas ‘miniluas’ temporárias chegam a ficar décadas orbitando a Terra antes de partir;
- Com apenas 10 metros de diâmetro, esse visitante recente é tão pequeno que os quase dois meses de interação não foram suficientes para uma volta completa no globo terrestre;
- Durante esse tempo, a equipe de astrônomos responsável pela descoberta aproveitou para fazer observações mais detalhadas do objeto, que voava a 4,5 milhões de km da Terra;
- Segundo os especialistas, ele faz parte do cinturão de asteroides Arjuna, um grupo de rochas espaciais que seguem órbitas semelhantes à do planeta;
- Eles identificaram que a luz emitida pelo 2024 PT 5 se assemelha ao brilho de materiais ejetados pela Lua durante colisões;
- Isso pode indicar que a ‘minilua’ seja um fragmento do satélite natural permanente do nosso planeta – e outros asteroides do grupo Arjuna também;
- Assim, eles poderiam ser resquícios da Terra primitiva, já que a teoria mais aceita sobre a origem da Lua diz que ela também é resultado de um impacto colossal ocorrido nos primeiros estágios do planeta.
Outra nova informação que a equipe obteve sobre o objeto é que ele provavelmente gira completamente em torno de seu próprio eixo uma vez a cada 60 minutos terrestres.
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‘Minilua’ pode ser resquício do passado da Terra
Os dados de acompanhamento do trânsito do asteroide durante o período em que ele atuou como ‘minilua’ da Terra foram relatados em um artigo disponível no servidor online de pré-impressão arXiv e já aceito para publicação pela revista Astronomy & Astrophysics.
A pesquisa ainda descobriu que a luz emitida por 2022 NX1, uma ‘minilua’ que orbitou a Terra pouco antes dessa, também é condizente com materiais lunares ejetados. Esse objeto também faz parte do cinturão de asteroides Arjuna, o que significa que outros membros do grupo podem ter a mesma procedência.
Considerando que a teoria mais aceita sobre a origem da Lua diz que ela nasceu do nosso planeta, isso quer dizer que esses pequenos asteroides poderiam ser fragmentos da Terra primitiva.
Observações adicionais são essenciais para confirmar esses resultados. Segundo a NASA, no entanto, o asteroide 2024 PT 5 passará perto da Terra em janeiro de 2025, com retornos previstos para 2055 e 2085. Isso pode limitar a coleta de informações necessárias, dificultando a validação das novas hipóteses apresentadas.
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Fonte: https://olhardigital.com.br/2024/11/27/ciencia-e-espaco/veja-imagem-de-despedida-da-minilua-temporaria-da-terra/