
Entre o início de outubro e meados de novembro, o cometa 3I/ATLAS está “escondido” no brilho do Sol, com quem terá um encontro próximo na quarta-feira (29), segundo estimativas. Durante esse período, é praticamente impossível para telescópios convencionais terem acesso ao visitante interestelar a partir da Terra.
No entanto, o astrônomo amador tailandês Worachate Boonplod, surpreendentemente, conseguiu detectá-lo. De acordo com a plataforma de climatologia e meteorologia espacial Spaceweather.com, ele identificou o cometa em imagens diárias captadas pelo coronógrafo CCOR-1, um instrumento instalado a bordo do satélite GOES-19, da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA), que fica na órbita terrestre.
Sobre o visitante interestelar 3I/ATLAS:
- Descoberto em 1º de julho de 2025, o 3I/ATLAS é o terceiro objeto interestelar registrado no Sistema Solar;
- Antes dele, vieram o asteroide 1I/‘Oumuamua, em 2017, e o cometa 2I/ Borisov, em 2019;
- O visitante gerou suspeitas e especulações sobre possível tecnologia alienígena;
- A NASA refutou teorias conspiratórias, afirmando que se trata de um cometa vindo de outra parte da Via Láctea;
- Recentemente, foi confirmado que ele desenvolveu uma anticauda;
- Atualmente, o 3I/ATLAS segue em direção ao periélio, o ponto mais próximo do Sol, e está passando atrás da estrela, ficando cada vez mais difícil de ser observado da Terra.
Como o satélite da NOAA conseguiu “ver o invisível”
Desenvolvido para estudar a coroa solar (a camada mais externa e brilhante do Sol), o CCOR-1 é um tipo especial de câmera que bloqueia a luz intensa do disco solar, permitindo observar objetos que passam bem próximos da estrela, como cometas, e eventos do próprio astro, como ejeções de massa coronal (CME).
Graças a esse “filtro”, o coronógrafo conseguiu registrar o 3I/ATLAS mesmo enquanto ele cruzava a região iluminada ao redor do Sol, tornando-se invisível para os observadores terrestres.

A imagem captada pelo instrumento mostra o cometa dentro do quadrado de destaque à esquerda, como um ponto brilhante com uma leve difusão ao redor, indicando sua coma, sem cauda visível.
Os dados obtidos permitirão que os cientistas acompanhem seu brilho e sua atividade enquanto ele se aproxima do periélio, o ponto mais próximo do Sol. Essa fase é especialmente interessante porque a intensa radiação solar pode provocar o aquecimento e a fragmentação do cometa, liberando poeira e gases que ajudam os astrônomos a entender melhor sua composição – como aconteceu com o “forasteiro” mais recente, o cometa 2I/Borisov.

Leia mais:
- Alinhamento raro pode ajudar sonda da NASA a coletar amostras de visitante interestelar
- Visitante interestelar com metais inusitados é diferente de qualquer outro cometa
- “Túnel do tempo” volta 10 milhões de anos para saber origem de visitante interestelar
Visitante interestelar se despede em março
Antes dos cometas 3I/ATLAS e Borisov, o primeiro objeto interestelar conhecido a atravessar o Sistema Solar foi o asteroide ‘Oumuamua, que, assim como o visitante atual, também levantou suspeitas de ser uma espaçonave alienígena. Em ambos os casos, as hipóteses foram refutadas por estudos científicos.
Diferentemente dos cometas que orbitam o Sol em trajetórias elípticas, o 3I/ATLAS segue uma órbita hiperbólica, o que indica que ele veio de outra estrela e, após sua passagem, voltará ao espaço interestelar.
Com o auxílio do CCOR-1, os cientistas poderão continuar monitorando o cometa até que ele volte a se afastar do Sol e surja novamente nos céus da Terra – antes de desaparecer definitivamente rumo ao vazio entre as estrelas, o que vai acontecer por volta de março do ano que vem, segundo a NASA.
O post Visitante interestelar é capturado mesmo escondido no brilho do Sol apareceu primeiro em Olhar Digital.
Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/10/23/ciencia-e-espaco/visitante-interestelar-e-capturado-mesmo-escondido-no-brilho-do-sol/