
Quando pensamos no Universo, imaginamos uma infinidade de planetas e estrelas. Embora isso seja verdade, nossa vizinhança pode estar bastante vazia. Uma nova pesquisa, publicada no Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, indica que a Via Láctea está localizada em uma vasta região do espaço com uma densidade de matéria significativamente menor do que a média do cosmos.
De acordo com os pesquisadores, esse “vazio cósmico” pode ser a chave para entender por que o Universo parece estar se expandindo mais rápido do que o previsto: um enigma conhecido como tensão de Hubble. Mas o que exatamente isso significa?
O que é a tensão de Hubble?
Esse é um dos grandes problemas atuais da cosmologia: medições locais indicam que o Universo está se expandindo cerca de 10% mais rápido do que o esperado com base no modelo padrão (ΛCDM – Matéria Escura Fria com Constante Cosmológica). Esse modelo é fundamentado em observações da radiação cósmica de fundo em micro-ondas (CMB), o “eco” do Big Bang.
No entanto, quando os cientistas tentam extrapolar esses dados para o Universo atual, as contas não batem. Uma possível explicação? Estamos dentro de um gigantesco vazio, com cerca de 20% menos matéria do que o resto do cosmos.
O que os dados revelam?
Ao comparar medições de oscilações acústicas bariônicas (BAOs) dos últimos 20 anos com simulações de um Universo com e sem um vazio local, os cientistas descobriram que as observações se encaixam melhor no cenário em que a Terra está em uma região de baixa densidade.
Leia Mais:
- Mistério de Europa, lua de Júpiter, pode ter sido revelado
- Coreia do Sul quer ter base na Lua – e rápido
- Meteorito de 2 bilhões de anos revela mistério da Lua
Estatisticamente, um Universo com um vazio é 100 milhões de vezes mais provável do que um sem. O modelo tradicional (sem vazio) está em tensão de 3,8 sigma com os dados — o que significa que há apenas 0,007% de chance de as medições serem compatíveis com essa hipótese.

A confirmação definitiva exigirá medições mais precisas de BAOs em baixos redshifts (regiões próximas), onde o efeito do vazio seria mais pronunciado. Além disso, estudos sobre a idade do Universo — estimada com base nas estrelas mais antigas da Via Láctea — podem ajudar a descartar outras explicações para a tensão de Hubble.
Enquanto isso, a ideia de que habitamos um “deserto cósmico” ganha força, sugerindo que nosso lugar no Universo pode ser mais incomum do que imaginávamos. Com informações do The Conversation.
O post Vivemos em um “grande vazio” no Universo, indica pesquisa apareceu primeiro em Olhar Digital.
Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/07/31/ciencia-e-espaco/vivemos-em-um-grande-vazio-no-universo-indica-pesquisa/