24 de novembro de 2024
X se diz vítima de boicote “massivo” de publicidade e
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O X, de Elon Musk (e que você conhecia como Twitter) entrou, nesta terça-feira (6), com ação antitruste federal, nos EUA, contra uma coalizão de empresas, afirmando que ela boicotou, ilegalmente, o setor publicitário da plataforma.

Entre as supostas empresas, estão CVS Health, Mars e Unilever. No processo, a rede social alega que a coalizão conspirou para reter bilhões de dólares em “boicote publicitário massivo”, visando forçar a plataforma a manter determinados padrões de segurança, indica a ação apresentada no distrito norte do Texas, informa o The Wall Street Journal.

Boicote publicitário ao X?

  • Segundo o processo, o boicote começou logo após sua aquisição por Musk, em novembro de 2022;
  • A coalizão teria iniciado o boicote por preocupações sobre a possibilidade de o X mudar seu conteúdo e padrões de segurança com o bilionário sul-africano no comando;
  • Ao menos 18 marcas associadas à coalizão deixaram de anunciar no X (quando ainda se chamava Twitter) entre novembro de 2022 e dezembro de 2022;
  • Até o ano seguinte, dezenas de outros membros do grupo cortaram gastos com anúncios feitos na rede social;
  • Segundo a plataforma, a coalizão violou leis antitruste ao, supostamente, forçar seus membros a participarem do boicote, no que o X chamou de “exercício coercitivo de poder de mercado”.
Musk vem reclamando bastante da coalizão que teria boicotado sua plataforma (Imagem: Frederic Legrand – COMEO/Shutterstock)

As empresas citadas na ação antitruste pertenciam ao grupo World Federation of Advertisers, com dezenas de membros.

Eles têm iniciativa denominada Global Alliance for Responsible Media, que pede por proteções para remoções de conteúdos prejudiciais, tais como de abuso sexual infantil e aqueles que promovem terrorismo, de modo a não ser colocado ao lado de anúncios de seus membros.

A Global Alliance for Responsible Media visualizou “o dano econômico massivo imposto ao Twitter pelo boicote. O boicote e seus efeitos continuam até hoje, apesar de o X aplicar padrões de segurança de marca comparáveis ​​aos de seus concorrentes”, alega o processo antitruste.

Com a promessa de afrouxar as restrições de conteúdo para “encorajar a liberdade de expressão”, Musk foi criticado, pois, segundo pesquisadores e críticos, a rede social passou a permitir a proliferação de conteúdos odiosos e falsos.

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O X contestou as críticas e afirmou ter progredido na redução da disseminação dos conteúdos odiosos. Nem a World Federation of Advertisers, nem o X, atenderam a pedidos de comentários do Journal.

Contudo, Stephen Calkins, professor de direito na Wayne State University, e especialista em direito antitruste, afirma que o novo processo não tem semelhança com uma ação antitruste comum.

“Se as pessoas simplesmente mudaram os anúncios de compra de uma plataforma para outra, não está claro como isso prejudicará a concorrência e resultará em preços mais altos”, disse.

No ano passado, em reuniões no Capitólio, Musk reclamou de anunciantes boicotando o X e da Global Alliance for Responsible Media.

Em várias publicações no X nesta terça-feira (6), Musk incitou outras empresas que passam pela mesma situação a fazerem o mesmo que a plataforma. “Tentamos a paz por dois anos, agora é guerra”, disse.

Por outro lado, a CEO do X, Linda Yaccarino, vem tentando levar os anunciantes de volta à rede social. Mandando claror ecado aos anunciantes, em publicação nesta terça-feira (6), ela disse que “nenhum pequeno grupo deveria ser capaz de monopolizar o que é monetizado”.

“Eles conspiraram para boicotar X, o que ameaça nossa capacidade de prosperar no futuro”, disse Yaccarino, que usava um colar que dizia “liberdade de expressão”. “Isso coloca sua praça global, o único lugar onde você pode se expressar livre e abertamente, em risco a longo prazo”, prosseguiu.

Rebecca Haw Allensworth, professora antitruste da Faculdade de Direito da Universidade Vanderbilt, afirmou ao Journal que um problema com o processo do X é que não parece que os anunciantes cortaram gastos porque queriam suprimir a concorrência. 

“Parecia que eles fizeram isso porque não acreditavam nas políticas do X”, ela ponderou. Se o propósito principal era fazer isso, tal ação seria protegida pela Primeira Emenda, acrescentou.

A Rumble, plataforma de vídeo popular entre os conservadores como Trump, disse, na terça-feira (6), que também estava entrando com uma ação antitruste contra empresas que retiveram dinheiro para publicidades.

Fachada da Unilever com o logo da empresa
Unilever é uma das empresas citadas no processo (Imagem: Poetra.RH/Shutterstock)

Para completar, a receita de anúncios do X caiu drasticamente no ano seguinte à compra da plataforma por Musk. Recentemente, contudo, o bilionário divulgou sua própria métrica interna, que ele alega mostrar uso recorde no X. Contudo, não temos como ter certeza dos números apresentados por ele.

O post X se diz vítima de boicote “massivo” de publicidade e abre processo; entenda apareceu primeiro em Olhar Digital.

Fonte: https://olhardigital.com.br/2024/08/06/pro/x-se-diz-vitima-de-boicote-massivo-de-publicidade-e-abre-processo-entenda/