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Prefeitura firmou contrato com o banco para repensar o sistema de ônibus e permitir que o teresinense tenha “um ônibus a cada três minutos nas paradas”
A Prefeitura de Teresina formalizou com o BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento) o contrato de R$ 1,3 bilhão para reformular o sistema de transporte público da capital. A ideia prevê reforma de terminais e estações, aquisição de novos ônibus, ampliação e readequação de linhas e a criação de novos itinerários. A expectativa do BNDES é que dentro de cinco anos os principais problemas do setor em Teresina sejam resolvidos.
O BNDES mapeou 21 regiões metropolitanas no Brasil todo, dentre elas, Teresina. A capital piauiense foi eleita como prioridade justamente por apresentar índices preocupantes de manutenção do sistema de transporte. Apenas 15% dos teresinenses usam de fato os ônibus coletivos no atual momento, o que torna o sistema todo insustentável. Ao todo, o banco estudou 187 projetos nestas 21 regiões metropolitanas com soluções para o transporte e três deles são de Teresina.
A ideia é que estes projetos sejam reestruturados para a atual realidade, aproveitando que em 2029 acaba a licitação da Prefeitura com as atuais empresas que operam o transporte coletivo da capital.
“É um sistema que perdeu muitos passageiros nos últimos anos. Hoje temos em Teresina um sistema bastante degradado que não atende às necessidades da população. A ideia é que, aproveitando o fim da atual concessão, esse sistema seja repensado, reestruturado e aproveitado para implementar os três projetos que foram mapeados no estudo nacional”, explicou Paula Fogacci, gerente de Estruturação e Projetos de Mobilidade Urbana do BNDES.
Para Silvio Mendes, no entanto, mudanças não devem ser feitas tão rapidamente, por mais que haja necessidade, mas sim por partes para que cada etapa seja bem executada. O financiamento do BNDES, segundo Silvio, prevê bem mais recursos do que aquilo que a Prefeitura de fato vai precisar. “Acho que metade disso vai ser suficiente para fazer, porque já tem uma parte da estrutura feita nos últimos anos que será aproveitada. O custo vai cair pela metade”, disse.
Teresina tem que repensar a concessão do transporte, diz BNDES
O atual contrato de concessão do transporte coletivo de Teresina encerra em 2029. Em visita a Teresina, os técnicos do BNDES defendem que essa licitação seja repensada com base no estudo nacional de mobilidade que foi feito e que deve embasar as mudanças na capital. Para Teresina, o projeto prevê dois BRTs e o prolongamento do metrô até Timon, como já foi anunciado.
O estudo é uma parceria do BNDES com o Ministério das Cidades. A expectativa dos técnicos é que a União possa participar dos investimentos e que as novas chamadas do PAC possam contemplar os projetos que já foram sinalizados pelo estudo nacional
“O estudo olha 30 anos de investimentos, mas sabemos que as carências são muito mais urgentes. Estamos mirando em cinco anos. Aqui dá para resolver neste prazo. Estamos falando de novas frotas, otimização de linhas, criação de novas linhas e alterações de itinerário. A ideia é que o produto final desta celebração seja uma licitação para delegar à iniciativa privada, não só a operação, mas novos investimentos”, disse Daniel Ferraz, gerente de Estudos de Transportes do BNDES.
Previsão é de que os teresinenses tenham um ônibus a cada três minutos nas paradas
O criador do Plano Diretor de Teresina, engenheiro Antônio Santana, também participou da reunião com os técnicos do BNDES. Para ele, o que a cidade precisa é aproveitar melhor as estruturas que foram criadas para o transporte, que acabaram sucateadas, principalmente depois da pandemia. Antônio reconhece que a população não está sendo servida e que no momento há somente um terço do sistema operando.
“Cada ônibus circulava 7 mil km/mês em Teresina. Hoje você tem 220 ônibus circulando só 4.500 km/mês. Tem terminais que foram construídos e que nunca foram usados corretamente, as estações terão que ser revistas. Tudo tem que ser reformulado e melhorado. A previsão do projeto é estes dois eixos, então vai ter ônibus a cada três minutos”, conclui Antônio.
Fonte: portalodia.com
