23 de maio de 2025
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Delegados da Receita Federal decidiram aderir oficialmente à greve dos auditores fiscais do órgão, em um movimento que eleva a mobilização a um novo patamar e amplia os impactos sobre a arrecadação federal e o comércio exterior brasileiro. A informação foi publicada originalmente pela Coluna do Estadão.

A decisão foi tomada na noite de quarta-feira (7), durante assembleia nacional do Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal (Sindifisco Nacional). Esta é apenas a segunda vez na história em que os delegados e delegados-adjuntos da Receita participam de uma paralisação nacional da categoria, o que representa um reforço significativo do movimento, já que esses cargos ocupam funções de liderança dentro da estrutura do Fisco.

A principal motivação da adesão foi o corte de até 20% no bônus de produtividade dos auditores, imposto pela própria Receita Federal na semana passada. Em documento encaminhado ao secretário da Receita, Robinson Barreirinhas, o sindicato afirma que a nova regra “viola a legislação vigente e acordos preestabelecidos, configurando-se como ato ilegal, inconstitucional e antidemocrático”.

Para o presidente do Sindifisco Nacional, Dão Real, a medida adotada pelo órgão foi um ataque direto à greve. “A Receita fez uma retaliação muito grave à mobilização grevista e o governo jogou gasolina no fogo”, declarou à Coluna do Estadão.

Os reflexos da paralisação, que já dura mais de cinco meses, se acumulam. Estima-se que cerca de 1 milhão de remessas de importação e exportação estejam retidas em alfândegas de todo o país, o que prejudica o fluxo de mercadorias e aumenta a pressão sobre empresas e consumidores. Além disso, especialistas alertam que a continuidade da greve pode comprometer a arrecadação federal e dificultar o cumprimento da meta fiscal estabelecida pelo governo para este ano.

Os auditores também denunciam uma defasagem salarial acumulada de 28% desde 2016, apesar de terem recebido um reajuste de 9% em 2023, dentro do pacote de recomposição salarial do funcionalismo público promovido pela gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O salário inicial de um auditor fiscal gira em torno de R$ 23 mil.

Em nota, a categoria enfatizou: “É inaceitável que sejamos a única categoria do serviço público federal sem direito à reposição das perdas inflacionárias”.

Outro ponto de insatisfação citado pelo Sindifisco é o acordo fechado por membros da Advocacia-Geral da União (AGU), que já recebem valores próximos ao teto constitucional e conseguiram negociar um reajuste de 19% nos vencimentos básicos, parcelado em duas etapas: a primeira em junho de 2025 e a segunda em abril de 2026.

A greve, que inicialmente mobilizava apenas os auditores de base, agora se fortalece com a adesão de lideranças e aprofunda o impasse entre a categoria e o governo federal, que ainda não apresentou uma nova proposta concreta para encerrar o movimento.

Fonte: https://agendadopoder.com.br/delegados-da-receita-ampliam-greve-dos-auditores-fiscais-com-adesao-inedita/