19 de maio de 2025
MP pede cassação de prefeito de Curitiba e vice por
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O Ministério Público do Paraná (MP-PR) solicitou a cassação do mandato do prefeito de Curitiba, Eduardo Pimentel (PSD), e de seu vice, Paulo Martins (PL), por suposto abuso de poder político e coação de servidores públicos para doações de campanha. A denúncia, divulgada pelo portal Metrópoles, baseia-se em um áudio vazado que expõe a exigência de compra de convites para um jantar de arrecadação eleitoral. A informação é do jornal O Globo.

A gravação, atribuída a Antônio Carlos Pires Rebello — ex-superintendente de Tecnologia e Informação da prefeitura —, traz orientações explícitas para que servidores comprassem ingressos de R$ 3 mil cada. Segundo Rebello, os pagamentos deveriam ser feitos via contas de parentes para dificultar a identificação da origem dos recursos. Na reunião, ele também teria ameaçado demitir funcionários que se recusassem a colaborar com a campanha de Eduardo Pimentel e sugeriu que o modelo de arrecadação seria mais “efetivo que o caixa 2”.

O episódio ocorreu no início de setembro de 2024, cerca de um mês antes do primeiro turno das eleições. À época, a administração municipal era comandada por Rafael Greca (PSD), aliado de Pimentel e hoje também citado na ação do MP.

Após a repercussão, Rebello foi exonerado do cargo. Em nota, a prefeitura afirmou repudiar as práticas reveladas no áudio e declarou que os fatos seriam apurados com o rigor necessário.

A denúncia partiu da jornalista e ex-candidata Cristina Graeml, que disputou o segundo turno contra Pimentel e foi derrotada. Encaminhado ao Ministério Público Eleitoral, o caso motivou manifestação formal da promotora Cynthia Maria de Almeida Pierri, que defendeu não apenas a cassação, mas também a inelegibilidade de Pimentel, Martins e Greca.

Segundo a promotora, a exoneração rápida do ex-superintendente, imediatamente após o vazamento do áudio, “é um forte indício da veracidade e gravidade da conduta a ele imputada, sendo uma admissão tácita, pela administração, da irregularidade ocorrida”.

Cynthia Pierri também rechaçou a alegação das defesas de que os áudios seriam provas ilícitas por suposta gravação clandestina. Para ela, o material pode ser utilizado como prova válida na investigação por se tratar de interesse público e revelação de possível crime eleitoral.

Os acusados e a prefeitura de Curitiba ainda não se manifestaram oficialmente. O jornal O Globo informou estar tentando contato com as defesas.

Fonte: https://agendadopoder.com.br/mp-pede-cassacao-de-prefeito-de-curitiba-e-vice-por-coacao-de-servidores-em-arrecadacao-de-campanha/