19 de maio de 2025
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Por unanimidade, o Conselho Universitário da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) aprovou nesta sexta-feira (9) a revogação do título de doutor honoris causa concedido em 1974 ao general Emílio Garrastazu Médici, que presidiu o Brasil entre 1969 e 1974, durante o regime militar. A informação é do repórter Ancelmo Gois no jornal O Globo.

A decisão foi baseada em um parecer técnico da Comissão da Verdade e Memória Luís Paulo da Cruz Nunes, criada em 2024 pela Uerj com a missão de investigar e analisar os impactos da ditadura militar (1964-1985) na universidade e na sociedade. O relatório da comissão concluiu que Médici não preenchia os requisitos exigidos para a concessão da honraria, que deve ser destinada a “personalidade eminente, nacional ou estrangeira, que tenha se destacado singularmente por sua contribuição à cultura, à educação ou à humanidade”.

A comissão ressaltou que, sob o governo Médici, ocorreu o período mais repressivo do regime militar, com registros documentados de violações sistemáticas dos direitos humanos. “Os registros da Comissão Nacional da Verdade apontaram 180 casos de graves violações dos Direitos Humanos no período de recrudescimento ditatorial de Médici, mas estamos conscientes de que o elenco anterior já é suficiente para ratificar a proposição de retirada do título”, afirma um trecho do parecer.

A votação que selou a revogação do título foi realizada em reunião aberta do conselho universitário, no campus da universidade no Rio de Janeiro. A iniciativa segue uma tendência de revisão crítica de homenagens feitas a figuras ligadas à repressão durante a ditadura, especialmente em instituições de ensino público.

A revogação do título de Emílio Garrastazu Médici ocorre também em um momento de reforço institucional das ações de memória e verdade nas universidades brasileiras, mais de dez anos após o encerramento dos trabalhos da Comissão Nacional da Verdade, que entregou seu relatório final em 2014.

Fonte: https://agendadopoder.com.br/uerj-revoga-titulo-de-doutor-honoris-causa-de-medici-ex-presidente-durante-a-ditadura-militar/